Biogeoquímica e conservação dos ecossistemas costeiros no Antropoceno: bosques de mangue da APA Tinharé-Boipeba, BA (BR)

Autores

  • Manuel Vitor Portugal Gonçalves PPG em Território, Ambiente e Sociedade (UCSAL), Geoquímica das Interfaces (UFBA), SEC-BA
  • Juan Carlos Rossi Alva Universidade Católica do Salvador
  • Iracema Iracema Reimão Silva Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal da Bahia
  • Manoel Jerônimo Moreira Cruz Full Professor, PPG em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia
  • Antonio Bomfim da Silva Ramos Junior Universidade Estadual de Feira de Santana/Qualidade e Sustentabilidade de Ecossistemas Impactados - ECOSIMPA (UFRB)
  • Débora Carol da Luz Porciúncula Programa de Pós-Graduação em Território, Ambiente e Sociedade, Universidade Católica do Salvador
  • Glaucio Alã Vasconcelos Moreira PPG em Território, Ambiente e Sociedade, Universidade Católica do Salvador, SEC-BA

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-1779-2K17

Palavras-chave:

Metais-Traço, Manguezal, Conservação da Natureza, Geoética e Dignidade Humana

Resumo

Os bosques de mangue constituem o patrimônio natural, os atrativos ao turismo e ofertam serviços ecossistêmicos para os usos da natureza no Litoral Sul da Bahia. Esta pesquisa teve como objetivo investigar aspectos geobotânicos (diagnose e biometria foliar) e os níveis dos metais-traço (Cu, Zn, Cd, Pb) nos sedimentos e nas folhas de plantas de mangue da APA Tinharé-Boipeba, Cairu, Baixo Sul da Bahia, Brasil. Considerou-se os níveis de metais-traço nas folhas das espécies Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa (10 pontos) e sedimentos (40 pontos), por Espectrometria de Absorção Atômica com Chama (FAAS), e das análises das variáveis ecológicas-geobotânicas. Os níveis dos metais-traço nas folhas das espécies de mangue foram considerados não tóxicos (Zn > Cu > Pb > Cd) e os níveis dos metais-traço nos sedimentos (Zn > Pb > Cd) sugeriram que os bosques de mangue da APA não poderiam ser considerados poluídos. Os valores do FC (< 1,0) apontaram que os metais não estariam biodisponíveis e que o acúmulo destes nas folhas não correspondeu aos níveis nos sedimentos. A análise multivariada indicou que as variações na área e na integridade foliar podem representar uma resposta a um estressor distinto dos investigados e discriminou os metais segundo a mobilidade geoquímica. Recomenda-se a realização de novas pesquisas de biogeoquímica centradas na avaliação de impactos e na conservação.

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Biografia do Autor

Manuel Vitor Portugal Gonçalves, PPG em Território, Ambiente e Sociedade (UCSAL), Geoquímica das Interfaces (UFBA), SEC-BA

Biólogo nº 59.217/08-D, graduado em Ciências Biológicas pela UCSAL (2005), Mestrado em Planejamento Ambiental (UCSAL) e Doutorado em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos (UFBA). Possui cursos de atualização em Educação Ambiental (UFBA) e de especialização em Ecologia e Intervenções Ambientais (UNIJORGE), Biotecnologia (UNYLEYA), Engenharia Genética (UNYLEYA) e Análises Clínicas e Toxicológicas (UNESA). Atualmente integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação Território, Ambiente e Sociedade (PPG TAS) na UCSAL. É docente desde de 2006 da Rede de Educação do Estado da Bahia (SEC-BA). Vincula-se aos seguintes grupos de pesquisa: Geoquímica das Interfaces (UFBA) e Desenvolvimento, Sociedade e Natureza (UCSAL). Foi bolsista CNPq (2010 - 2014) durante o curso de doutorado, com interesse e experiência na investigação das relações entre geociências, sociedade e saúde, tomando como valor central a dignidade humana e a dignidade da natureza; na caracterização geoquímica; hidrogeologia isotópica; qualidade da água (química, física e microbiológica) e na caracterização biogeoquímica e ecologia aplicada na avaliação ambiental de ecossistemas costeiros e das águas doces interiores e subsídios ao gerenciamento ambiental; e na aplicação de estatística multivariada em estudos ambientais. Participa como pesquisador e voluntário da rede de monitoramento da qualidade da água na Lagoa do Parque Metropolitano de Pituaçu, Salvador, Bahia, em colaboração com a Fundação SOS Mata Atlântica. Segue como discente do curso de Especialização em Biologia Celular (UEFS). 

Juan Carlos Rossi Alva, Universidade Católica do Salvador

Biólogo, Doutor em Ciências com ênfase em Bioquímica e Biotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente é Coordenador do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Católica do Salvador (UCSAL); Avaliador do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES - INEP/MEC; Membro titular do Conselho Gestor da APA Joanes-Ipitanga - INEMA, Líder do Grupo de Pesquisa da CNPq "Núcleo de Estudos em Biotecnologia e Conservação - NEBIC"; Eleito em 2008, pela comunidade científica do Estado da Bahia para um segundo período consecutivo como Membro da Câmara de Assessoramento e Avaliação Técnico-Científica da FAPESB (2009-2010). Publicou 03 capítulos de livro, Tem 16 trabalhos publicados em revistas científicas e 42 em anais de eventos científicos. Apresentou diversos trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais. Orientou 01 Tese, 25 dissertações, 36 trabalhos de conclusão de curso e monografias, nas áreas de Microbiologia, Fitoterapia, Enfermagem e Bioquímica. Têm experiência nas áreas de Bioquímica, Bioquímica de Microrganismos, Biotecnologia Ambiental, Bioprospecção, Compostagem, Microbiologia Ambiental, Análise Ambiental, Avaliação de Áreas Degradadas e Microbiologia Industrial, Atualmente suas linhas de pesquisa são: Bioquímica, Bioquímica de Microrganismos, Avaliação de Impactos Ambientais, Microbiologia Ambiental, Compostagem de Resíduos Orgânicos, Bioquímica e Biotecnologia de Ambiental, Bioatividade de Produtos Naturais.

Iracema Iracema Reimão Silva, Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal da Bahia

Geóloga, com mestrado e doutorado em Geologia Marinha, Costeira e Sedimentar pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente é professora do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal da Bahia, professora efetiva do curso de Pós-Graduação em Geologia e Coordenadora do Curso de Especialização em Gestão de Ambientes Costeiros. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Costeira, atuando principalmente nos seguintes temas: qualidade recreacional e capacidade de carga de praias, modelagem de ondas e correntes costeiras, gestão ambiental de ecossistemas costeiros, avaliação de serviços ecossistêmicos, mudanças climáticas, dispersão de sedimentos e erosão costeira. 

Manoel Jerônimo Moreira Cruz, Full Professor, PPG em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia

ossui graduação em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1976), Mestrado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1983), Doutorado em Petroquímica pela Universite Pierre & Marie Curie, Paris VI (1989) e pós-doutorado na Universidade de Montpellier em petrogeoquímica. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal da Bahia, Professor Permanente do Pospetro UFBA.Tem experiência na área de Geociências, ênfase em mapeamento geológico básico, estudo de corpos básicos de natureza gabro-anortosítica e mineralizações associadas, atua também na área da química mineral, litogeoquímica, hidrogeoquímica. Atualmente se dedica à geoquímica das interfaces, geoquímica ambiental, no estudo da qualidade das águas, vulnerabilidade de aquíferos, recuperação de áreas degradadas e geoquímica médica.

Antonio Bomfim da Silva Ramos Junior, Universidade Estadual de Feira de Santana/Qualidade e Sustentabilidade de Ecossistemas Impactados - ECOSIMPA (UFRB)

Pós Doutor em Ciências Ambientais (UFRB / PDJ / CNPQ). Doutor em Geologia Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos (UFBA). Mestre em Geoquimica do Petróleo e Meio Ambiente (UFBA). Bacharel em Ciências Biológicas com ênfase em Meio Ambiente. Possui Licenciatura Plena em Biologia, além de Formação Técnica em Meio Ambiente. Tem experiência na área de Geociências e Meio Ambiente com desenvolvimento de pesquisas relacionadas a; Ecologia e a geoquímica de estuários, a Gestão de Recursos Hídricos, Oceanografia, Hidrogeologia e a Qualidade de água. Desenvolve consultoria na área ambiental e integra o grupo de pesquisa Geoquímica das Interfaces (UFBA) investigando as contaminações ambientais do Antropoceno, e o grupo ECOSIMPA, desenvolvendo pesquisa nas Ciências Agrárias e Ambientais, com especialidade em tratamento e interpretação de dados relacionados a contaminação ambiental. Pesquisador, colaborador do Projeto Desenvolvimento do Índice de Qualidade das Florestas de manguezais na Baia de Todos Santos (BTS), Bahia, Chamada MCTIC/CNPq - Nº 21/2017 ? Pesquisa e Desenvolvimento em Ações Integradas e Sustentáveis nas Baías do Brasil (UFRB). Atualmente docente da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) onde ministra as disciplinas; TEC 196_Aproveitamento de Recursos Hídricos, TEC 212_Manejo de Água e TEC 214_Agrometereologia e Climatologia, EXA 369_Geociências para o ensino, EXA 520 Pedologia e EXA 513_Oceanografia. Além de desenvolver o projeto de pesquisa intitulado Caracterização Molecular Avançada, CONSEPE 026/2018.

Débora Carol da Luz Porciúncula, Programa de Pós-Graduação em Território, Ambiente e Sociedade, Universidade Católica do Salvador

Bacharel (CREA-BA 64290) e Licenciada em Geografia pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Mestre e Doutora em Planejamento Territorial e Desenvolvimento (UCSAL). Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento, Sociedade e Natureza (DSN) e membro do Grupo de Pesquisa Territórios em Resistência; Membro fundador do Coletivo Guardiões da Natureza da APA Bacia do Cobre/São Bartolomeu e do Instituto Suburbano de Ciência, Tecnologia e Inovação (ISCTI), e membro do Conselho Gestor da APA Bacia do Cobre/São Bartolomeu, em Salvador-BA. Pesquisadora PNPD/CAPES; Com interesse, nos seguintes temas: Planejamento territorial, Ecologia Política, Desenvolvimento Rural/Urbano, Geotecnologias, Epistemologia Crítica, Planejamento Governamental e Metropolitano na relação com a Natureza e Tensões territoriais no uso das águas.

Glaucio Alã Vasconcelos Moreira, PPG em Território, Ambiente e Sociedade, Universidade Católica do Salvador, SEC-BA

Professor de Biologia, Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Católica do Salvador (2002), Mestrando em Território, Ambiente e Sociedade (UCSAL). Possui cursos de atualização em Novo Ensino Médio e aperfeiçoamento em Metodologia do Ensino de Ciências (UNEB) e frequente nos processos de formação continuada nas escolas. Docente desde 2003 da Rede de Educação do Estado da Bahia e Professor na Rede Privada de Ensino Fundamental e Médio.

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Publicado

2022-10-28

Como Citar

Gonçalves, M. V. P., Alva, J. C. R. ., Silva, I. I. R., Cruz, M. J. M. ., Ramos Junior, A. B. da S. ., Porciúncula, D. C. da L. ., & Moreira, G. A. V. . (2022). Biogeoquímica e conservação dos ecossistemas costeiros no Antropoceno: bosques de mangue da APA Tinharé-Boipeba, BA (BR). Conjecturas, 22(14), 948–982. https://doi.org/10.53660/CONJ-1779-2K17

Edição

v. 22 n. 14 (2022): Especial Mais Estudos

Seção

Artigos

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