Absenteísmo de usuários no sistema de saúde brasileiro: análise na perspectiva de Ronald Max Andersen

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-S11-1151

Palavras-chave:

Absenteeism; Health Services Accessibility; Appointments and Schedules; Secondary Care

Resumo

Objetivou-se compreender os fatores relacionados ao absenteísmo em consultas médicas e exames especializados no Sistema Único de Saúde na Região Metropolitana de Saúde do Espírito Santo. Realizou-se um estudo com abordagem qualitativa, com entrevistas individuais com usuários mais faltosos (n=24) e menos faltosos (n= 27). A análise de Conteúdo temática dos dados evidenciou quatro categorias de análise: Necessidade de Saúde; Processo de Agendamento às consultas médicas e exames especializados; Barreiras para uso do serviço de saúde especializado; e Satisfação com o serviço de saúde especializado. O absenteísmo foi relacionado pelos usuários, principalmente, à organização da oferta. Destaca-se o prolongado tempo de espera até a data da consulta, ocorrendo, muitas vezes, a mudança nas necessidades em saúde dos usuários. Devem existir, portanto, melhorias no sistema de agendamento e na organização da oferta da rede de serviços para garantir o uso oportuno.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDERSEN, R. M. Revisiting the Behavioral Model and Access to Medical Care: Does it Matter? J.Health Soc. Behav. Washington, v. 36, n. 1, p. 1-10, 1995.

BAPTISTA, M. V. Algumas reflexões sobre o sistema de garantia de direitos. Serv. Soc. Soc. São Paulo, n. 109, p. 179-199, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-66282012000100010> Acesso em: 4 abr. 2016.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2009.

BENDER, A. S.; MOLINA, L. R.; MELLO, A. L. S. F. Absenteísmo na Atenção Secundária e suas implicações na Atenção Básica. Revista Espaço para a Saúde. Londrina, n. 11, v. 2, p. 56-65, 2010. Disponível em: <https://espacoparasaude.fpp.edu.br/index.php/espacosaude/article/view/436> Acesso em: 7 abr. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas Manual de Implantação de complexos reguladores. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 1.559, de 1 de agosto de 2008. Institui a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 04 ago. 2008. Seção 1, p. 48. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=48&data=04/08/2008>. Acesso em: 20 jun. 2018.

BUSS, P.M.; PELEGRINI FILHO, A. A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312007000100006> Acesso em: 25 ago. 2018.

CABRAL, A. L. L. V. et al. Itinerários terapêuticos: o estado da arte da produção científica no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. v. 16, n. 11, p. 4433-4442, 2011.

CORDEIRO, H. A. O Conceito de Necessidades de Saúde? As Políticas Sanitárias:Saúde, trabalho e formação profissional. 20 ed. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 1997. p. 41-64.

ESPÍRITO SANTO (Estado). Plano Diretor de Regionalização da Saúde. Secretaria de Estado da Saúde, 2011.

FONSECA, E. et al. Estudio de la inasistencia a las citaciones en consulta en un servicio de dermatología. Piel. v. 16, n. 10, p. 485-489, 2001.

GIBBS G. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GIOVANELLA, L. et al. Sistema universal de saúde e cobertura universal: desvendando pressupostos e estratégias. Ciênc. Saúde Coletiva. v. 23, n. 6, 2018. pp. 1763-1776. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.05562018> Acesso em: 10 dez. 2018.

HENDERSON, R. Encouraging Attendance at Outpatient Appointments: Can We Do More? Scott Med J. v. 53, n. 1, p. 9-12, 2008.

HUSAIN-GAMBLES, M. et al. Missed appointments in primary care: questionnaire and focus group study of health professionals. Br J Gen Pract. v. 54, n. 499, p. 108-113, 2004. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/5672489_Missed_appointments_in_primary_care_questionnaire_and_focus_group_study_of_health_professionals> Acesso em: 6 ago. 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE). Censo 2010. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em 31 ago. 2018.

KUSCHNIR, R.; CHORNY, A. H. Redes de atenção à saúde: contextualizando o debate. Ciên. Saúde Coletiva. v. 15, n. 5, p. 2307-2316, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500006> Acesso em: 15 ago. 2018.

LEITE, R. A. F. et al. Acesso à informação em saúde e cuidado integral: percepção de usuários de um serviço público. Interface- Comunicação, Saúde, Educação. n. 18, v. 51, p. 61-672, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1807-57622013.0653> Acesso em: 12 ago. 2018.

LOUVISON, M. C. P., et al. Desigualdades no uso e acesso de serviços de saúde entre a população idosa do município de São Paulo. Rev de saúde pública. v. 42, n. 4, p. 733-740, 2008. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-89102008000400021> Acesso em: 6 abr. 2018.

MAGALHÃES, J. R.; FRANCO, T. B. Trabalho em Saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano:Integralidade na assistência à saúde: a organização das linhas do cuidado. 2 ed. São Paulo: Hucitec 2004.

MEDINA, C. A. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 1995.

MENDES, E. V. As Redes de Atenção à Saúde. 2 ed. Brasília: Conass, 2011. 554p.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciênc. Saúde Coletiva. v. 15, n. 5, p. 2297-2305, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005> Acesso em 20 jun. 2018.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10 ed. São Paulo: Hucitec, 2007.

MOONEY, G. H. Equity in health care: confronting the confusion. Eff. health care. Leeds-Inglaterra. v. 1, n. 4, p. 179-185, 1983.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA (UNESCO). Declaração Universal Dos Direitos Humanos, 1998. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf> Acesso em: 4 abr. 2016.

PINHEIRO, R.; SILVA-JUNIOR, A. G. Avaliação em Saúde na Perspectiva do Usuário: abordagem multicêntrica. 1. ed. Rio de Janeiro/Recife: Editora Universitária UFPE, 2009. p. 37- 52.

REBELLO, R. Faltas em consultas médicas pelo SUS chegam a 46% no ES, 2015. Disponível em: <https://blog.atencaobasica.org.br/2015/09/14/faltas-em-consultas- medicas-pelo-sus-chegam-a-46-no-es/> Acesso em: 5 ago. 2018.

ROCHA, B. V. et al. Relação Médico-Paciente. Rev. Med. Res. v.13, n. 2, p. 114-118, 2011. Disponível em: <http://crmpr.org.br/publicacoes/cientificas/index.php/revista-do-medico-residente/article/view/8/13> Acesso em: 15 ago. 2018.

SILVA JUNIOR, A. G.; MERHY, E. E.; DE CARVALHO, L. C. Refletindo sobre o ato de cuidar da saúde: Construção da Integralidade. 2 ed. Rio de Janeiro: UERJ, IMS: ABRASCO, 2003. p. 113-128.

SILVA, C. R. et al. Dificuldade de acesso a serviços de média complexidade em municípios de pequeno porte: um estudo de caso. Ciênc. Saúde Colet. v. 22, n. 4, p. 1763-1776, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-1232018236.05562018> Acesso em: 15 ago. 2018.

SILVA, M. E. M. O processo de tomada de decisão para o agendamento de consultas especializadas em centrais de regulação: proposta de um modelo baseado em análise multi-critério. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004.

STARFIELD, B.; MACINKO, J.; SHI, L. The contribution of primary care systems to health outcomes within Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) countries, 1970–1998. Health Serv Res. v. 38, n. 3, p. 831-865, 2003. Dispoível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1360919/> Acesso em: 7 abr. 2018.

TALESE, G. Fama e Anonimato:(Como não entrevistar Frank Sinatra). 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 508-523.

THIEDE, M.; AKWEONGO, P.; MC’INTYRE, D. Explorando as dimensões do acesso. In: MC’INTYRE, D.; MOONEY, G. Aspectos econômicos da equidade em saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2014. p. 137-162.

TRAVASSOS, C.; MARTINS, M. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Cad. Saúde Pública. v. 20, n. 1, p. 190-198, 2004. Suplemento 2. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000800014> Acesso em: 23 ago. 2018.

VIEIRA, E. W. R.; LIMA, T. M. N.; GAZZINELLI, A. Tempo de Espera por Consulta Médica Especializada em um Município de pequeno porte de Minas Gerais, Brasil. Rev. Min Enferm. v. 19, n. 1, p. 65-71, 2015. Disponível em: <http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/986#:~:text=O%20tempo%20m%C3%A9dio%20de%20espera,de%20seis%20a%20559%20dias> Acesso em: 16 ago. 2018.

WONG VK, ZHANG H, ENNS R. Factors associated with patient absenteeism for scheduled endoscopy. World J Gastroenterol. v. 15, n. 23, p. 2882-2886, 2009. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2699006/> Acesso em: 12 jun. 2018.

Downloads

Publicado

2022-07-03

Como Citar

Farias, C. M. L., Esposti, C. D. D., Oliveira, A. E. ., Leal, M. L., & Santos Neto, E. T. dos . (2022). Absenteísmo de usuários no sistema de saúde brasileiro: análise na perspectiva de Ronald Max Andersen . Conjecturas, 22(7), 285–304. https://doi.org/10.53660/CONJ-S11-1151