Constelação familiar sistêmica: a pseudociência nos tribunais brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-1316-Y02

Palavras-chave:

Conciliation; Mediation; Family constellation; Systemic practice.

Resumo

A prática da constelação familiar adotada pelos tribunais brasileiros possui como justificativa principal elementos de apelo emocional, sem um modelo de comprovação científica baseada em evidências que a ela garanta resultados práticos confiáveis. O delineamento metodológico da pesquisa, segundo os objetivos pretendidos, foi de pesquisa exploratória, cujos procedimentos técnicos utilizados foram a revisão bibliográfica e documental. O objetivo geral foi corroborar com entendimentos bibliográficos e documentais que a prática de “constelação familiar sistêmica”, adotada pelos tribunais brasileiros, para resolução de conflitos de toda ordem, não oferece segurança em relação aos resultados, pelo fato de não haver comprovação científica por meio de evidências. Esse objetivo desdobrou-se nos seguintes objetivos específicos: a) demonstrar que os métodos de conciliação ou de mediação trazem resposta esperada na solução dos conflitos que permitem esse tipo de intervenção; e b) apresentar entendimentos que rejeitam a “constelação familiar sistêmica”. A inquietação foi: existe comprovação científica para a prática de “constelação familiar sistêmica” adotada pelo CNJ e seguida pelos tribunais brasileiros? Não existe.

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Publicado

2022-07-28

Como Citar

Ribeiro, M. C., & Nascimento, A. M. F. do. (2022). Constelação familiar sistêmica: a pseudociência nos tribunais brasileiros. Conjecturas, 22(8), 1181–1199. https://doi.org/10.53660/CONJ-1316-Y02

Edição

Seção

Artigos