Universidade popular e a democratização do acesso e dos saberes: um olhar sobre a UFFS
DOI:
https://doi.org/10.53660/CONJ-1463-2A14Palavras-chave:
Universidade popular; Descolonização; Democratização do acesso e dos sabers; Emancipação social.Resumo
Desde a sua criação, as universidades brasileiras fortalecem o colonialismo por meio dos ideais elitistas e do conhecimento eurocêntrico. É a partir do século XX que a educação superior é instigada a reconhecer a existência da colonialidade do poder, do ser e do saber e, com isso, precisa enfrentar o desafio de descolonizar os meios de acesso a esse nível de ensino e o conhecimento acadêmico, por meio de mudanças epistemológicas, curriculares e atitudinais. A partir da perspectiva decolonial, esse texto tem como objetivo apresentar a experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS. O trabalho foi elaborado a partir da análise do conteúdo de documentos que vão desde a constituição da universidade em 2008, até as políticas e regulamentos construídas até o ano de 2019. Pode-se aferir, que essa instituição atua como uma possibilidade de uma universidade descolonial, intercultural e emancipadora, que tem como pressuposto a democratização do conhecimento, para o encontro de diferentes culturas e sabers. Neste sentido, tem-se a convicção de que a UFFS anuncia importantes mudanças no que tange à oferta de Educação Superior pública e gratuita. Nos seus limites institucionais, move-se para a assunção de seu efetivo caráter popular.
Downloads
Referências
BEISIEGEL, Celso. Cultura do povo e cultura popular. In: VALE, Edênio; QUEIROZ, José J. de (Org.). A cultura do povo. São Paulo: Educ, 1982.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
Creswell, J. W. (2010). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. tradução Magda Lopes. Porto Alegre: ARTMED.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação Superior: setor público e iniciativa privada. MORHY, Lauro (Org.). Universidade em questão. Brasília: Universidade de Brasília, 2003. v. 1.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A Universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968. Educar, Curitiba, n. 28, p. 17-36, 2006. Editora UFPR.
GEORGEN, Pedro. Formação superior: entre o mercado e a cidadania. In: PEREIRA, Elisabete Monteiro do Aguiar (Org.). Universidade e currículo: perspectivas de educação geral. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010. p. 17-40.
MELO NETO, José Francisco de. Universidade Popular. 2011, 36 p. Disponível em: <http://senup2011.blogspot.com.br/p/envio-de-contribuicoes.html>. Acesso em: 04/01/2022.
MIGNOLO, Walter D. DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA: A OPÇÃO DESCOLONIAL E O SIGNIFICADO DE IDENTIDADE EM POLÍTICA. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, no 34, p. 287-324, 2008.
Prodanov, C. C. & Freitas, E. C. de. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo/RS: Feevale.
PEREIRA, Thiago Ingrassia. Classes populares na universidade pública brasileira e suas contradições: experiência do alto Uruguai Gaúcho. 2014, 281 f.
RISTOFF, D. Construindo outra educação: tendências e desafios da educação brasileira. Florianópolis: Insular, 2011.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade do século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2004.
______. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. Tradução Mouzar Benedito. São Paulo: Boitempo, 2007.
SAVIANI, Demerval. Ensino público e algumas falas sobre universidade. São Paulo: Cortez / Autores Associados, 1987.
SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SILVA, Nádia Maria Cardoso da. Universidade no Brasil: colonialismo, colonialidade e descolonização numa perspectiva negra. Revista Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, V. 3 N. 3 – pág. 233-257 (out/2017 – jan/2018): “Decolonialidade e Educação: entre teorias e práticas subversivas” – DOI: 10.12957/riae.2017.29814
Movimento Pró-Universidade. Relatório do movimento Pró-Universidade. Grupo de trabalho de criação da futura universidade federal com campi nos estados do PR, SC e RS. Chapecó, mar. 2008.
Universidade Federal da Fronteira Sul. Estatuto da Universidade Federal da Fronteira Sul. Documento aprovado pelo Ministério da Educação (MEC). Ofício n. 56/DESup/SESu/MEC. Chapecó, 2010.
Universidade Federal da Fronteira Sul. Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia. Documento vinculado à Diretoria de Organização Pedagógica. Chapecó, 2010.
Universidade Federal da Fronteira Sul. Conselho Universitário. RESOLUÇÃO Nº 32/2013 - CONSUNI. Institui o Programa de Acesso à Educação Superior da UFFS para estudantes haitianos - PROHAITI. Chapecó – SC, 12 de dezembro de 2013.
Universidade Federal da Fronteira Sul. Conselho Universitário. RESOLUÇÃO Nº 33/2013 - CONSUNI. Institui o Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas (PIN) da Universidade Federal da Fronteira Sul. Chapecó - SC, 12 de dezembro de 2013.
Universidade Federal da Fronteira Sul. Conselho Universitário. RESOLUÇÃO Nº 16/CONSUNI/UFFS/2019. Institui o Programa de Acesso e Permanência a Estudantes Imigrantes (PRÓ-IMIGRANTE), no âmbito da Universidade Federal da Fronteira Sul. Chapecó - SC, 28 de agosto de 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Conjecturas
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.