Análise fílmica da estetização e contra-estetização política na obra cinematográfica de Riefenstahl e Syberberg

Resumo

O presente artigo tem por objetivo realizar a análise fílmica de duas obras clássicas do cinema alemão: a obra cinematográfica Triunfo da Vontade, da diretora Leni Riefenstahl [1935] e Hitler, um filme da Alemanha [1977], obra de Hans-Jürgen Syberberg. Procura-se compreender a narrativa cinematográfica como linguagem com potencial de construção semiótica da realidade, permitindo a identificação de elementos estetizantes da vida política na construção fílmica de Riefenstahl; ao mesmo tempo, pode-se observar sua desconstrução e contra estetização na obra de Syberberg. O paralelo entre as obras procura acompanhar a apoteose mítica e queda trágica do regime nazista alemão. A análise está sustentada na concepção de cinema como arte reproduzível e como linguagem política, conforme discussão realizada por Walter Benjamin no ensaio A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica, trabalho no qual o autor estuda o impacto das imagens técnicas e as novas formas de percepção na modernidade.