A fantasia na literatura de fantasia: considerações sobre o gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-2098-2U07

Palavras-chave:

Fantasia, Tolkien, Construção de Mundo, Literatura de Fantasia

Resumo

Enquanto a psicanálise busca ressignificar a fantasia como manifestações humanas complexas entre os campos linguístico, psíquico e social, J. R. R Tolkien (2020) sugere, a partir da noção de contos de fada, a fantasia como um fenômeno de lógica interna, associada ao escapismo e fundada pela proposição de “construção de mundos”. Após um resgate do termo “fantasia”, reflete-se a respeito da literatura de fantasia como gênero. Bebendo da transmissão oral e da mitologia, apontam-se três argumentos basilares das populares produções tolkianas e lewisianas: a influência da corrente contraditória humanista, a presença do pensamento cristão e a ciência como não progresso. O gênero torna-se combustível para a investigação taxonômica de Brian Attebery (1993) e Farah Mendlesohn (2008) cujas preocupações estão ligadas à anatomia formal do gênero, expondo que a literatura de fantasia se encontra ao lado de uma série de outros gêneros, como a ficção científica e o gótico. Assim, distinguem-se, a partir de então, fantasia como fenômeno humano sobre aquilo que é irreal e literatura de fantasia como gênero literário.

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Publicado

2022-12-01

Como Citar

Rebello, L., & Souza, A. . (2022). A fantasia na literatura de fantasia: considerações sobre o gênero. Conjecturas, 22(16), 1019–1034. https://doi.org/10.53660/CONJ-2098-2U07