Comunidades bentônicas de infralitoral em costões rochosos adjacentes ao cultivo de Bijupirás (Rachycentron canadum) na enseada do Bananal, Baía da Ilha Grande, RJ

Autores

  • Marcella Zicari Amaral Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Alexandre de Freitas Azevedo Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Marcos Bastos Pereira Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Mônica Dias Corrêa da Silva Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-2100-2U08

Palavras-chave:

Organismos bentônicos, Substrato consolidado, Impacto Ambiental, Fazenda marinha

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do cultivo de bijupirás sobre a comunidade bentônica de infralitoral por meio da caracterização de sua composição e estrutura em três estações na Enseada do Bananal, Ilha Grande, Rio de Janeiro. Foram calculadas riqueza, diversidade e equitabilidade das espécies. As diferenças entre os resultados de riqueza para comparações entre os pontos e as campanhas também foram avaliadas. Foram identificados 27 táxons entre invertebrados e macroalgas: Bryozoa (01), Cnidaria (5), Gastropoda (1), Porifera (4), Chordata (4), Chlorophyta (4), Phaeophyta (3) e Rhodophyta (5). Foi observada menor riqueza na estação do Cultivo, entretanto notou-se os maiores valores dos índices de diversidade e equitabilidade nesta mesma estação. A composição e estrutura das comunidades bentônicas do infralitoral das áreas controle e da área adjacente ao cultivo de bijupirás não distinguiram entre si, e o padrão biogeográfico está em conformidade com o de outras regiões da Baía da Ilha Grande e com a costa brasileira. Sugere-se complementação com novos estudos de médio a longo prazo, para análise de alterações decorrentes de fazendas marinhas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARBIERI, E.; MARQUEZ, H.L.A.; CAMPOLIM, M.B. & SALVARANI, P.I. 2014. Avaliação dos Impactos ambientais e socioeconômicos da aquicultura na região estuarina-lagunar de Cananéia, São Paulo, Brasil. Revista da Gestão Costeira Integrada, 13: 1-13.

BASTIDAS; C. & BONE, D. 1996. Competitive strategies between Palythoa caribaeorum and Zoanthus sociatus (Cnidaria:Anthozoa) at a reef flat environmental in Venezuela. Bulletin of Marine Science, 59:543-555.

BASTOS, M.P. 2005. Avaliação do efeito da biodeposição da malacocultura sobre a comunidade bentônica na Baía da Ilha Grande: subsídio à sustentabilidade ambiental da maricultura no Estado do Rio de Janeiro. 156 p. Tese (Doutorado) - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São Paulo.

BASTOS, M.; PRADO, R.M.; SANTIAGO, A.M.; BIRMAN, P.; CADEI, M.; CATAO, H.; MENDONÇA, T.C.; BAKKER, A.; FERRARREZ, A.; GYLAIN, H.; MENDONÇA, M.; AYROSA, E.; WIEDEMANN, M.; ZANATTA, R.; ARAÚJO, J.R.L.; PEREIRA, V.C.; CRUZ, A.; ROSEIRO, T.; ARAÚJO, A. & ATTIANEZI, M.P. 2009. Caracterização SócioEconômica Geral da Ilha. In: BASTOS, M.P.; CALLADO, C.H. (Org.). O Ambiente da Ilha Grande. Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

BELO, W.C.; DIAS, G. & DIAS, M.S. 2002. O fundo marinho da baía da Ilha Grande, RJ: o relevo submarino e a sedimentação no canal central. Revista Brasileira de Geofísica, v. 20, n. 1, p. 5-15.

BERCHEZ, F.A.S. & OLIVEIRA, E.C. 1992. Temporal changes in benthic marine flora of the Baía de Santos, SP, Brazil, over the last four decades. In: CORDEIRO-MARINO, M. et al. (eds). Algae and environment: a general approach. Sociedade Brasileira de Ficologia/Cetesb, São Paulo, pp. 120-131.

BOYD, C.E. 1999. Aquaculture sustainability and environmental issues. World Aquaculture, v.30, p.10-72.

BRITO, L.V.R.; SZÉCHY, M.T.M. & CASSANO V. 2002. Levantamento taxonômico das macroalgas da zona das marés de costões rochosos adjacentes ao Terminal Marítimo Almirante Maximiano Fonseca, Baía da Ilha Grande, RJ. Atlântica, 24: 17-26.

BROWER, J.E., ZAR, J.H. & VON ENDE, C. 1997. Field and laboratory methods for general ecology. McGraw-Hill, New York.

CASTRO, C.B., ECHEVERRÍA, C.A., PIRES, D.O. & FONSECA, C.G. 1999. Distribuição de bentos (Cnidaria e Echinodermata) em costões rochosos da Baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. In: SILVA, S.H.G. & LAVRADO, H.P. (eds) Ecologia dos Ambientes Costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Oecologia Brasiliensis, PPGE-UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 7: 179–193.

COLLAÇO, F.L.; SARTOR; S.M. & BARBIERI, E. 2016. Cultivo de bijupirá (Rachycentron canadum) em Cananeia, SP, Brasil. Avaliação da viabilidade utilizando geoprocessamento. Revista de Gestão Costeira Integrada, 15(2): 277-289.

CORRÊA-SILVA, M.D. 2003. Impacto por petróleo em repovoamento de costões rochosos. Dissertação (Mestrado em Biologia Marinha) – Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.

COUTINHO, R. 1995. Avaliação crítica das causas da zonação dos organismos bentônicos em costões rochosos. Oecologia brasiliensis, nº1, p. 259-271.

COUTINHO, R. & ZALMON, I.R. 2009. Os bentos de costões rochosos. 2 Ed. Rio de Janeiro: Interciência, p. 281-297.

CREED, J.C.; PIRES, D.O. & FIGUEIREDO, M.A.O. (org.). 2007. Biodiversidade marinha da Baía da Ilha Grande. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. 416pp. (Série Biodiversidade 23).

CRUZ, A.; ROSEIRO, T.; ARAÚJO, A. & ATTIANEZI, M.P. 2009. Caracterização SócioEconômica Geral da Ilha. In: BASTOS, M. P.; CALLADO, C. H.. (Org.). O Ambiente da Ilha Grande. Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

CRUZ, M.C.S.; COSTA, S.F.F.; FERREIRA, R.C.; NASCIMENTO, R.L.; PINTO, T.K. 2015. Avaliação do impacto de um cultivo de ostras sobre o ambiente bentônico. Boletim do Instituto de Pesca 41(2) :207-218.

DIAZ-PIFERRER, M. 1969. Distribution ofthe marine benthic flora of the Caribbean Sea. Caribbean. Journal of Science, 9(3-4): 151-177.

FALCÃO, C.; MAURAT, M.C.; NASSAR, C.A.G.; SZÉCHY, M.T.M. & MITCHELL, G.J.P. 1992. Benthic marine flora of the northeastern and southeastern coast of Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brazil: phytogeographic considerations. Botanica Marina, Berlin, 35:357 364.

FAO. Aquaculture development. 1997. FAO Technical Guidelines for Responsible Fisheries. Rome, nº5.

FAO/UERJ. 2018. Levantamento de dados primários na Baía de Ilha Grande no âmbito da iniciativa BIG 2050. Relatório técnico 2. Rio de Janeiro.

FIGUEIREDO, M.A.O. & TÂMEGA, F.T.S. 2007. Macroalgas marinhas. cap.6, p.153 180, in CREED, J.C.; PIRES, D.O. AND FIGUEIREDO, M.A.O. (Org.) Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande. Ministério do Meio Ambiente Secretaria Nacional de Biodiversidade e Florestas Departamento de Conservação da Biodiversidade, Biodiversidade 23. Brasília.

FONTOURA, C. S. 2001. Caracterização do canal central da Baía da Ilha Grande com base em sísmica rasa de 7.0 kHz. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha). Rio de Janeiro.

GESTINARI, L.M.S.; NASSAR, C.A.G. & ARANTES, P.V.S. 1998. Algas marinhas bentônicas da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Bot. Bras., 12(1): 67-76.

IWAMA, G.K. 1991. Interactions between aquaculture and the environment. Critical Reviews in Environmental Control, v.21, p.177-216.

KROHLING, W. 2009. Distribuição espaço-temporal e recrutamento da comunidade macrobentônica séssil do infralitoral consolidado na região do Porto de Vitória (ES): relações com variáveis ambientais. p 109. Tese (Doutorado) - Centro de Biociências e Biotecnologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense. Rio de Janeiro.

KUHLMANN, M.L.; BRANDIMARTE, A.L.; SHIMIZU, G.Y. & ANAYA, M. 2001. Invertebrados bentônicos como indicadores de impactos antrópicos sobre ecossistemas aquáticos continentais. pp.237-248. In: MAIA, N.B.; MARTOS, H. L. & BARRELLA, W. (org.) Indicadores ambientais: conceitos e aplicações. São Paulo, EDUC/COMPED/ INEP.

LAGES, N.S. & MEURER, B.C. 2007. Análise da cobertura de zoantídeos na Ilha Grande - RJ. In Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu, Minas Gerais, p 1-2.

MANN, K.H. 1973. Seaweeds: their productivity and strategy for growth. Science 182, 975–981.

MUNIZ, R.A.; REIS, R.P.; MARROIG, R. & AMADO-FILHO, G. 2013. Algas marinhas do monumento natural das ilhas Cagarras. In História, Pesquisa e Biodiversidade do Monumento Natural das Ilhas Cagarras – Série Livros 48. (Moraes, F., Bertoncini, A., Aguiar, A.). 1 ed. Museu Nacional, Rio de Janeiro, p 49-61.

NYBAKKEN, J.W. 1997. Marine Biology: an ecological approach, 4. ed., Califórnia: Addison Wesley, Longman, 481p.

OLIVEIRA-FILHO, E.C. 1977. Algas marinhas bentônicas do Brasil. São Paulo, 407p. Tese de Doutorado - Universidade de São Paulo.

PEDRINI, A.G. 1980. Algas marinhas bentônicas da Baía de Sepetiba e arredores (Rio de Janeiro). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado.

PEDRINI, A.G.; CASSANO, V.; COELHO, L.G. & LABRONICI, G.L. 1994a. Macroalgas marinhas da região sob influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, Angra dos Reis, RJ. Brasil, I - Composição taxonômica. Anais do V Congresso Geral de Energia Nuclear. Associação Brasileira de Energia Nuclear, Rio de Janeiro. v.2, pp. 727-731.

PEDRINI, A.G.; CASSANO, V.; COELHO, L.G. & LABRONICI, G.L. 1994b. Macroalgas marinhas da região sob influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, Angra dos Reis, RJ. Brasil, II- Avaliação espaço-temporal. Anais do V Congresso Geral de Energia Nuclear. Associação Brasileira de Energia Nuclear, Rio de Janeiro. v.2, pp. 733-736.

PEDRINI, A.G.; ARAÚJO, L.S. & FRANKLIN, T.V. 2017. Bibliographical checklist of marine and estuarine phytobenthos of Ilha Grande, Ilha Grande state park, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brazil. Rev. Biol. Neotrop., Goiânia, V.14, n.1, p. 20-44, jan.jun.

PEREZ, C.D.; VILA-NOVA, D. & SANTOS, D.A.A.M. 2005. Associated community with the zoanthid Palythoa caribaeorum (Duchassaing&Michelotti,1860) (Cnidaria, Anthozoa) fromlittoralof Pernambuco, Brazil. Hydrobiologia, v. 548, p. 207–215.

PIRES, D.O.; CASTRO, C.B.; ALVARENGA, M. F.; LINS DE BARROS, M.M.; RATTO, C.C. & SEGAL, B. Cnidaria: Anthozoa e Milleporidae. In: Creed, J.C.; Pires, D.O.; Figueiredo, M.A.O. (org.). 2007. Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande. Brasília: MMA / SBF.

REIS, R.P. 2009. Caracterização da assembleia fitobentônica da praia do Kutuca, ilha da Marambaia, baía de Sepetiba, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 23:297-304.

ROMBENSO, A.N. 2011. Cultivo experimental de Bijupirá – Ilha Grande – RJ: uma realidade. Universidade Federal do Ceará (UFC). Beijupirá News, Ano II, n°7. Disponível em: <https://labomar.ufc.br/wp-content/uploads/2017/01/beijupira-news-ano2-no-6.pdf> Acesso em: Outubro de 2019.

ROMBENSO, A.N.; ARAUJO, A. & RODRIGUES, R.V. 2015. A promissora maricultura da Baía da Ilha Grande. Panorama da Aquicultura, v.25, p.34-41.

RÖNNBERG, O.; ADJERS, K.; RUOKOLATHI, C. & BONDESTAM, M. 1992. Efects of fish farming on growth, epiphytes and nutrient content of Fucusvesiculosus L. in the Aland archipelago, northern Baltic Sea. Aquatic Botany, 42(2):109-120. DOI: 10.1016/0304- 3770(92)90002-Z.

SILVEIRA, M.P. 2004. Aplicação do biomonitoramento para avaliação da qualidade da água em rios. 1. ed., Jaguariúna, Embrapa Meio Ambiente. 68p.

SPRUNG, J. & DELBEEK, J.C. 1997. The Reef Aquarium. Miami: Ricordea Publishing.

SUCHANEK, T.H. & GREEN, D.J. 1981. Interspecific competition between Palythoa caribaeorum and other sessile invertebrates on St. Croix reefs, U.S. Virgin Islands. Proceedings of the Fourth International Coral Reef Symposium, 2:679-684.

SUTHERLAND, J.P. 1974. Multiple stable points in natural communities. American Naturalist, 108: 589-873.

SZÉCHY, M.T.M. & PAULA, E.J. 2000. Padrões estruturais quantitativos de bancos de Sargassum (Phaeophyta, Fucales) do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica. v.23 n.2, p.121-132.

SZÉCHY, M.T.M.; AMADO FILHO, G.M.; CASSANO, V.; DE-PAULA, J.C., BARRETO, M.B.B.; REIS, R.P.; MARINS-ROSA, B.V. & MOREIRA, F.M. 2005. Levantamento florístico das macroalgas da baía de Sepetiba e adjacências, RJ: ponto de partida para o Programa GloBallast no Brasil. Acta Botanica Brasilica, 19:587-596.

TOVAR, A.; MORENO, C.; MANUEL-VEZ, M.P. & GARCIA-VARGAS, M. 2000. Environmental implicatios of intensive marine aquaculture in earthen ponds. Marine Pollution Bulletin, 40(11): 981-988.

TUNDISI, J.G. 2005. Gerenciamento integrado de bacias hidrográficas e reservatórios: estudos de caso e perspectivas. In: NOGUEIRA, M.G.; HENRY, R.; JORCIN, A. (eds). Ecologia de reservatórios: impactos potenciais, ações de manejo e sistemas em cascata. São Carlos: Rima, v.1, p.1-21.

UERJ/TRANSPETRO. 2015. Monitoramento de Costões rochosos e praias arenosas na Baía de Ilha Grande. Relatório Técnico. Rio de Janeiro.

WEINBERG, S. 1981. A comparison of coral reef survey methods. Bijd. Tot. Dierk. v.51 (n. 2): p. 199-218.

WU, R.S.S.; LAN, K.S.; MACKAY, D.W.; LAU, T.C.; YAN, V. 1993. Impact of marine fish farming on water quality and bottom sediment: a case study in the sub-tropical environment. Marine Environmental Research, 38(2): 115-145. DOI: 10.1016/0141-1136(94)90004-3.

ZAR, J.H. 1996. Biostatistical analysis. Prentice-Hall, New Jersey.

Downloads

Publicado

2022-12-01

Como Citar

Amaral, M. Z. ., Azevedo, A. de F., Pereira, M. B., & da Silva, M. D. C. (2022). Comunidades bentônicas de infralitoral em costões rochosos adjacentes ao cultivo de Bijupirás (Rachycentron canadum) na enseada do Bananal, Baía da Ilha Grande, RJ. Conjecturas, 22(16), 1035–1049. https://doi.org/10.53660/CONJ-2100-2U08