Escolas especializadas: uma análise sobre sua subsistência frente à politica pública de inclusão

Autores

  • Claudia Tavares do Amaral Universidade Federal de Catalão
  • Juliany Alves Castro Secretaria Municipal de Educação de Santa Cruz de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-384-805

Palavras-chave:

Educação Especial, Segregação na educação, Legislação educacional

Resumo

A atualidade ainda é marcada pelas discussões sobre o processo de inclusão de alunos nas escolas de ensino regular, porém, há muitos profissionais e muitas famílias que acreditam que os alunos público-alvo da Educação Especial devem ser direcionados para escolas especializadas, pois, assim, terão suas necessidades atendidas de forma mais abrangente. Este artigo insere-se nesse contexto e tem como objetivo analisar a existência de escolas especializadas perante a legislação que enfatiza a inclusão e a obrigatoriedade das escolas regulares de receberem estudantes com deficiência. Como metodologia, a pesquisa teve cunho bibliográfico e documental, pautando-se, sobretudo, em autores como Mendes (2006, 2010, 2019), Pletsch (2012) e Silva (2006), que tratam da temática e nos fornecem elementos para subsidiar o estudo. Os resultados apontam para diferenciações muito evidentes nas escolas especializadas e nas escolas regulares, principalmente diante da postura pedagógica e metodológica com esses alunos. Remetem à necessidade de maior investimento em formação específica dos professores que atuam nas escolas regulares, para que seja possível diminuir impactos negativos na inclusão dos alunos com deficiência nesse espaço, e para minimizar preconceitos de segregação histórica que marcam aquelas pessoas com deficiência, fazendo com que sejam direcionadas às escolas especializadas, mesmo quando não oferecem condições de socialização e interação com alunos que não possuem deficiência.

 

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Publicado

2021-12-02

Como Citar

Amaral, C. T. do ., & Castro, J. A. (2021). Escolas especializadas: uma análise sobre sua subsistência frente à politica pública de inclusão. Conjecturas, 21(6), 468–483. https://doi.org/10.53660/CONJ-384-805

Edição

Seção

Artigos